Entrevista: Carlos Henrique Abbud


Sou Carlos Henrique Abbud. Nasci em Nova Friburgo, RJ, em 1978. Graduado em música, pós graduado em Artes Visuais, atuo como professor universitário e da Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro. Divido a vida com minha esposa, Flávia Gonçalves, também musicista, professora e escritora. Gasto meu pouco tempo livre com filosofia, literatura, video games, filmes, séries, podcasts e música, do clássico ao heavy metal.  Além do romance "Alice Black - Princesinha do Inferno", publicado pela Editora Autografia, publiquei o conto “A Mulher de Vidro” na antologia “Tratado Secreto de Magia – Volume II”, da Editora Andross, e os contos "Parque sem Diversões" e "Enfim, o Céu", na Amazon.com.br.

1-Como começou o seu interesse pelo fantástico mundo da escrita?
Sou filho e sobrinho de professoras. Então, estive cercado por livros desde que me lembro. Porém, a vontade de escrever veio depois que assisti ao filme " A História sem Fim". Devia ter uns oito anos. Fiquei fascinado com a forma como o protagonista do filme era capaz de alterar os rumos da história que estava lendo em seu livro mágico. Os personagens falavam com ele e pediam sua ajuda, e eu só pensava "eu quero um livro desses para mim!" Como não havia nada parecido nos livros que eu já tinha, arrumei um caderno e comecei a escrever meu próprio "A História sem Fim". Vi esse caderno pela última vez há mais de quinze anos. Claro que aquilo era uma maluquice sem tamanho, mas, na época em que escrevi, me pareceu sensacional e tenho lembranças de me divertir muito com aquilo rsrs. Mais tarde, tive contato com as aventuras-solo de RPG - os livrinhos da série Aventuras Fantásticas, de Ian Livingstone e Steve Jackson -  uma experiência de leitura interativa que lembrava aquela mostrada no filme. Daí, elaborar aventuras e mestrar para os amigos tornou-se um grande laboratório, de onde saíam histórias sem parar. Nessa altura, a escrita já era uma necessidade para mim, e nunca mais deixou de ser...  

2- Todo escritor, normalmente é também um grande leitor. Conte-nos quem são seus autores favoritos? Algum deles inspirou a sua escrita?
No início da adolescência, não fugi do kit básico de todo nerd: Tolkien e Robert E. Howard. Cada um, a seu modo, deu forma a mundos e personagens inesquecíveis para mim. Devo dizer que o que me atraía em suas obras era mesmo a aventura e a magia. Mais tarde, vieram Stephen King e sua escrita competente, espontânea e envolvente; Isaac Asimov, Douglas Adams, Milan Kundera... São muitos favoritos para mencionar aqui. Porém, meu livro preferido de todos os tempos é "A Revolta de Atlas", de Ayn Rand. Admiro o jeito claro e metódico com que ela escrevia, o cuidado com cada palavra escrita. Ayn Rand conciliava uma extensa aventura cheia de reviravoltas e profundos conceitos filosóficos de maneira única.

3- Qual foi o trecho do livro que você mais gostou de escrever?
Sem dúvida, as passagens que mostram a Mell's Angels em início de carreira. Foi divertido dar a eles algumas de minhas próprias lembranças dos tempos em que integrava uma banda de moleques sonhadores. Ressalto, no entanto, que nós tínhamos bem mais escrúpulos que Melissa, Nikki e Carmine rsrs 


4- Qual de seus personagens é o seu favorito ? Por quê? O que ele significa para você?
O violinista Pagenini. No livro, ele é o mentor de Alice, e está por dentro de tudo o que acontece no submundo. Foi o primeiro a chegar em Hotfield e guarda segredos que nem nós mesmos sabemos ainda!  

5- O que seu livro significa para você? O livro já mudou de alguma forma a sua vida?
"Alice Black" já nasceu especial porque foi a primeira ideia que desenvolvi com a Flávia, minha esposa. Nós trabalhamos nele juntos e, hoje, não conseguimos mais diferenciar o que um ou outro fez... É o nosso primeiro filho e estamos muito orgulhosos dele!  

6-Como se sente quando vê que as pessoas estão gostando do seu trabalho?
Às vezes, quando estávamos trabalhando no livro, parávamos para conversar e imaginávamos a reação das pessoas a uma ou outra parte já pronta. Ter gente, além de nós dois, lendo e comentando a história parecia algo tão distante... Agora, depois de tudo, cada leitor que nos conta o quanto gostou do livro só faz aumentar a vontade de produzir cada vez mais. 

7- Qual a emoção de ter seu primeiro livro publicado?
Após o lançamento, na Bienal desse ano, olhamos para trás e percebemos o quanto aprendemos ao passarmos por todo o processo, desde os contatos iniciais com a editora.  Então, a primeira sensação é a de termos rompido uma barreira, vencido os primeiros desafios. E, é claro, uma imensa alegria ao ver o que escrevemos na prateleira de uma livraria rsrs 

8- Você tem alguma inspiração quando escreve ou tudo vai simplesmente surgindo?
Um pouco de cada. A inspiração é a "fagulha". Às vezes, parece mesmo surgir do nada. Mas, a partir daí, é necessário lapidar a ideia, procurar um tema consistente para a história, pesquisar referências que tenham a ver com o assunto a ser desenvolvido. Enfim, não largar mais a ideia até que ela assuma uma forma clara. Gosto de ter tudo planejado antes de começar a escrever e é nessa etapa de planejamento que, ao menos para mim, está a maior parte do trabalho duro. Depois, é só contar a história!  

9- Qual seria sua maior "dica"para quem quer começar a escrever "Profissionalmente"? 
Acima de tudo, um escritor que quer ser profissional deve procurar agir como um. Isso significa estudar para desenvolver suas técnicas e se esforçar ao máximo para manter uma rotina séria de trabalho. Inspiração é parte essencial do processo, mas um artista profissional não pode ser tão dependente dela para produzir. Ah, paixão incondicional pelas palavras também ajuda, pois não é uma vida  fácil, em nenhum aspecto! Uma última coisa: escritor, escreva porque você tem necessidade disso, porque realmente tem algo a dizer, e não porque quer ficar famoso ou ganhar dinheiro... 

10-Quais são os seus próximos planos literários? Tem algum projeto em andamento que possa revelar?
Nós mantemos um "banco de ideias", que é alimentado constantemente com personagens e premissas para contos e livros...  Acho que jamais vamos zerar essa fila, por mais que tentemos! No momento, estamos finalizando a primeira parte de um romance que deve sair ano que vem. É uma história que se passa no mesmo universo de Alice Black, mas a abordagem que adotamos é muuuito diferente... No momento, é tudo o que posso dizer rsrs

Muito obrigado novamente, por conceder essa entrevista. Agora para finalizar o espaço é todo seu: Deixe uma mensagem/recado para seus leitores.
Foi um prazer responder as perguntas! Gostaria de agradecer por todo o feedback positivo que temos recebido. Vocês, que já se dizem fãs de Alice Black, não fazem ideia do que isso significa para nós. Aos novos leitores, sejam muito bem-vindos! Espero, sinceramente, que gostem do mundo que criamos! E fiquem todos à vontade para entrar em contato conosco! Abraços!

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