APARTADOS - WEBSÉRIE - EPISÓDIO VIII

 




APARTADOS



EPISÓDIO VIII



JUNTOS



A sala era ampla e elegante com móveis modernos e muito bem distribuídos pelo ambiente. A casa fazia parte de uma chácara em São Lourenço da Serra, afastada, portanto, muito apropriada para os objetivos de seu proprietário, seria o lugar ideal para acomodar provisoriamente aquelas quatro pessoas. Embora soubesse que aquela extrategia não seria cem por cento segura, pelo menos por um tempo, conseguiria escondê-los. Depois resolveria oque fazer. Aquele primeiro momento com eles, seria para lhes ganhar a confiança. Não seria tarefa muito fácil, mas Morgan era um homem que gostava de pagar para ver. Há muito tempo abandonara os "seus" e se transformara em um renegado perigoso. Uma ameaça para "eles". Nunca concordara com os métodos usados para as abduções e para os experimentos com os humanos, aplicados pelos seus antigos aliados. Não eram científicos aos olhos dele. Por esse motivo tirara aquelas quatro pessoas da caixa branca. Agora estavam todos ali, confinados em sua propriedade. Os hóspedes estavam apreensivos e ansiosos, um silêncio constrangedor. Nenhum deles tinham lembranças concretas da "caixa branca", há não ser Otho, que já era também um antigo conhecido de Morgan.

Os acontecimentos nada convencionais que começaram a cercar a vida daquelas pessoas, trouxeram todos até aquele outro momento inusitado e naquele lugar inóspito. Otho fora resgatado nas ruas do centro de São Paulo, Nilton em sua própria residência. Enya e Caio, receberam telefonemas de Morgan, plantando neles uma curiosidade para conhecer aquele estranho que os conhecia tão bem.  Enfim, estavam todos ali, aguardando o anfitrião.

Ele entrou na sala, vestido com elegância, cumprimentou a todos com um sorriso largo nos lábios, os olhos cintilavam um tom alaranjado. Sentou-se de frente, para poder ser visto e ouvido por todos.

- Senhores, sejam bem vindos! Como é do conhecimento de todos, me chamo Morgan. Mas não é sobre mim que vocês querem saber, não é mesmo. - Deu início a conversa. 

Todos continuaram calados, cada um com seus próprios pensamentos. 

- Muito bem! O que vou falar aqui, não é de fácil compreensão, mas peço que tenham paciência e que abram suas mentes. Acho até que será assustador, mas são fatos reais que envolvem as vidas de vocês e o futuro da raça humana.

Ninguém dizia uma palavra, estavam magnetizados com a presença daquele homem. pareciam estar grudados nas poltronas que os acomodavam. Otho, era o mais tranquilo dos quatro, apesar de não confiar muito naquele "homem", gostava dele. Era bom no entanto, manter essa leve desconfiança sobre o outro, afinal de contas pertencia a mesma raça de seus algozes.

- Estão tensos! Não há necessidade. Podem confiar em mim. Mesmo porque não têm outra alternativa.

- Quero saber oque você fez com meu irmão. - Nilton soltou de supetão, depois se retraiu novamente.

- Nada, não fiz nada com seu irmão, Nilton. Ele apenas adormeceu, quando acordar vai só imaginar que teve um sonho com você. Nada do que conversaram ou viveram será real para ele, apenas lembranças de sonhos. Há sim, antes que me pergunte, também fiz o mesmo com sua mulher e seus filhos. Na cabeça de todos, apenas sonharam com você. E antes que proteste, tudo foi necessário para a segurança deles e para a sua própria segurança. Alguém mais tem alguma pergunta.

- Todos nós temos milhares de perguntas. Espero muito que tenha respostas para todas elas. - Caio mostrava certo tom de irritação na voz.

- Pois bem! Vamos lá!

Otho já conhecia aquele início de conversa muito bem. Quando aconteceu com ele pela primeira vez quase enlouqueceu. Ou melhor, enlouqueceu totalmente. Queria ver como reagiriam seus "colegas". Há seus olhos eram fracos, não estavam preparados para tantas informações.

"Nós humanos somos limitados, cheios de vendas nos olhos". - Pensou para si mesmo.

- Muito bem! Vamos lá. - Continuou Morgan. - Faço parte de uma raça que não é a mesma de vocês,  sou o que chamam aqui de extraterrestre. Mas na verdade, pertencemos mais a esse planeta do que vocês. Estamos aqui desde os princípios dos tempos, chegamos de outros lugares e aterramos aqui. No começo apenas ficamos como observadores, não interferíamos no cotidiano do planeta. Com o passar dos tempos mentes mais ambiciosas começaram a suplantar alguns de sua raça com o propósito de fazerem experimentos dos mais diversos. Quando nossos cientistas mais sérios perceberam o que estava acontecendo já era tarde demais. Houve então uma perseguição que praticamente dizimou quase todos nós da classe científica. Eu no caso, para me preservar, fingi por certo período de tempo me manter do lado deles, mesmo não concordando com as interferências deles no planeta de vocês. Enfim, com o tempo me desvinculei deles, me tornando um renegado. Tudo oque pude fazer para sabotar seus planos eu fiz e faço até hoje. Sofro perseguições e tenho que me manter alerta o tempo todo. Vocês agora estão sob o meu cuidado.

- Você está dizendo que é um Et. É isso. - Perguntou Enya em tom de descrédito, quase um deboche. Tudo bem que aquela história tinha muitas coisas estranhas, mais aquilo já era demais.

- Não gosto muito dessa palavra: "Et". Gosto de me classificar como ser universal. Mas se para esclarecer suas dúvidas ela servir. sim, sou um extraterrestre.

- Você só pode estar louco! - Retrucou Caio. - Com licença senhores, não vou ficar aqui escutando essas sandices. - Levantou-se para se retirar.

- Pode ir Caio! - Falou Otho. - Mas não vai conseguir se livrar deles, está marcado agora e tem mais, se qualquer um de nós formos pegos por "eles", todos voltamos para a "caixa branca". E eu meu caro, não quero voltar prá lá. Portanto, se for necessário amarrar qualquer um de vocês aqui eu amarro.

- Experimenta me segurar, seu idiota!- Gritou Caio.

- Calma senhores! - Falou Morgan. - Essa não é a intenção dessa conversa. - Caio, por favor! Sente-se e me escute. Não é um bom negócio sair daqui.

- Caio! - Enya falou com carinho na voz. - Vamos terminar de ouvir oque ele tem a dizer.

- Já estamos aqui, meu chapa. Não custa nada. - Nilton ponderou também.

Caio respirou fundo, sentou-se outra vez.

- Sou todo ouvidos, "senhor dono da teoria da conspiração". - Ironizou.

- Muito bem! Obrigado pela sua sensatez! - Falou Morgan. - Como Otho disse, temos que tomar todos os cuidados. Se qualquer um de vocês for capturado por "eles", os quatro voltam para a "caixa". E como conheço bem aqueles canalhas, não conseguirão se livrar deles nunca mais. Aqui, estarão em segurança. Eu consegui uma maneira de inativar os chips que implantaram em vocês, mas foi uma medida provisória, tenho que descobrir agora uma forma de arrancar isso dos seus corpos sem efeitos colaterais graves. 

- Ainda isso. - Reclamou Caio.

- Fique tranquilo! Vou conseguir. - Respondeu o cientista.



Continua...



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