It- a Coisa [ Caixinha de Quotes ]


Recentemente fiz a leitura o livro It- a Coisa. Essa leitura foi muito especial pra mim. O livro narra a linda história de um grupo de crianças que vão enfrentar a tão temida Coisa. Durante a leitura fiz marcações de diversas frases, por isso decidi trazer pra vocês uma caixinha de quotes. Se você ainda não viu a resenha do livro, está disponível no Instagram e também no blog.

 "E talvez, pensou Richie, essa fosse a parte assustadora. Que você não deixa de ser criança de uma vez, com um grande estrondo explosivo, como um dos balões daquele palhaço com slogans de Burma-Shave nas laterais. A criança em você ia se esgotando, como o ar em um pneu. E um dia você se olhava no espelho e havia um adulto olhando para você. Você podia continuar usando calça jeans, podia continuar indo a shows de Springsteen ou Seger, podia pintar o cabelo, mas o rosto no espelho era de um adulto de qualquer jeito. Talvez tudo acontecesse quando você estava dormindo, como uma visita da Fada do Dente."


"Uma criança cega de nascença nem sabe que é cega até alguém dizer para ela. Mesmo então, ela só tem uma noção das mais acadêmicas sobre o que é a cegueira; só quem já enxergou tem uma noção verdadeira do que é ser cego. Ben Hanscom não tinha noção de ser solitário porque nunca teve nada diferente. Se a condição fosse nova ou mais restrita, ele poderia entender, mas a solidão dominava e se sobressaía na vida dele. Apenas existia, como o polegar com duas juntas ou a parte irregular nos dentes da frente, a parte irregular onde a língua tocava quando ele ficava nervoso."


"Não, eles não eram reais. Monstros da TV, do cinema e dos quadrinhos não eram reais. Não até você ir para a cama e não conseguir dormir; não até as quatro últimas balas, enroladas em lenços de papel e guardadas debaixo do travesseiro contra os males da noite, serem comidas; não até a cama virar um lago de sonhos horríveis e o vento gritar do lado de fora e você ter medo de olhar pela janela porque poderia haver um rosto ali, um rosto antigo e sorridente que não apodreceu, mas simplesmente secou como uma folha velha, com os olhos como diamantes afundados empurrados no fundo de órbitas escuras; não até você ver a mão enrugada como uma garra segurando um monte de balões: Veja o local, pegue um balão, alimente os elefantes, ande na montanha-russa! Ben, ah, Ben, você vai flutuar…"

"Ele gostaria de acreditar que é uma doença chegando, um vírus ou talvez uma das “febres fantasma” da mãe, mas sabe que não é isso. É a cidade atrás dele, silenciosamente entre a beirada que separa o dia da noite, e o que aquela placa promete à frente. Ele está doente, claro, não há dúvida quanto a isso, mas não é um vírus nem uma febre fantasma. Ele foi envenenado por suas próprias lembranças."

 "Às vezes, acontecimentos são como dominós. O primeiro derruba o segundo, o segundo derruba o terceiro, e não tem mais volta."

"É uma boa forma de expressar. Seguir a intuição é como sentir uma batida e dançar acompanhando. Usar a intuição é uma coisa difícil pra adultos fazerem, e é o motivo principal de eu achar que pode ser a coisa certa. Crianças, afinal, funcionam baseadas nela oitenta por cento do tempo, pelo menos até uns 14 anos."

"— Sua mãe nunca falou que é falta de educação encarar? — Ela queria falar com aspereza, mas pareceu um pedido: Pare de olhar para mim, sei como estou, já vi. Esse pensamento foi seguido de outro, um que ela desconfiava que a amiga Beverly devia ter tido mais de uma vez, que o pior da surra acontece por dentro, onde você podia sofrer de uma coisa que poderia ser chamada de hemorragia interespiritual. Ela sabia como estava, sabia. Pior ainda, sabia o que estava sentindo. Ela se sentia amarela. Era uma sensação deplorável."

"— Algumas coisas precisam ser feitas mesmo quando existe risco. Foi a primeira coisa importante que aprendi e que não foi com a minha mãe."



"Acho que foi a primeira dor verdadeira que senti na vida, diria ele para os outros. Não foi como eu achava que seria. Não acabou comigo como pessoa. Acho… que me deu base de comparação, pude descobrir que ainda dava para existir dentro da dor, apesar da dor."

"Eles eram seus amigos, e sua mãe estava errada: eles não eram amigos ruins. Talvez, pensou ele, não existam coisas como amigos bons ou ruins. Talvez existam só amigos, pessoas que ficam ao seu lado quando você se machuca e que ajudam você a não se sentir muito sozinho. Talvez valha a pena sentir medo por eles, sentir esperança por eles e viver por eles. Talvez valha a pena morrer por eles também, se chegar a isso. Não amigos bons. Não amigos ruins. Só pessoas com quem você quer e precisa estar; pessoas que constroem casas no seu coração."

"A Coisa estava disparada na direção dele, movendo-se em velocidade de trem expresso, enchendo a garganta desse cano escuro de um lado a outro; a Coisa estava na forma de Coisa agora, fosse lá qual fosse; assumiria alguma forma da mente deles quando chegasse. A Coisa estava vindo, vindo de seu esconderijo imundo e de sua catacumba negra debaixo da terra, com os olhos brilhando em um tom verde-amarelado selvagem, vindo, vindo; a Coisa estava vindo."

"E agora, agora que não acreditamos mais no Papai Noel, na Fada do Dente, em João e Maria nem no troll debaixo da ponte, a Coisa está pronta para nós. Voltem, diz a Coisa. Voltem, vamos terminar nosso assunto em Derry. Tragam seus jogos da bugalha, suas bolas de gude e seus ioiôs! Vamos brincar! Voltem e vamos ver se vocês se lembram da coisa mais simples de todas: como é ser criança, segura na crença e, portanto, com medo do escuro."



"Agora eles estavam vindo de novo, e, apesar de tudo ter sido bem como a Coisa previu, uma coisa que a Coisa não previu voltou: aquele medo enlouquecedor, irritante… aquela sensação de Outro. A Coisa odiava o medo, teria se virado contra ele e comido se pudesse… mas o medo dançava com deboche fora de alcance, e a Coisa só podia matar o medo matando-os."

"Então, você vai, e há uma vontade de olhar para trás, de olhar para trás só uma vez quando o pôr do sol some, de ver aquela paisagem severa da Nova Inglaterra uma última vez: as torres, a Torre de Água, Paul com o machado apoiado no ombro. Mas talvez não seja tão boa ideia olhar para trás, todas as histórias dizem isso. Veja o que aconteceu com a esposa de Lot. É melhor não olhar para trás. É melhor acreditar que vai haver felizes para sempre o tempo todo. E pode ser que haja; quem pode dizer que não existem finais assim? Nem todos os barcos que saem velejando na escuridão nunca mais encontram o sol, ou a mão de outra criança; se a vida ensina alguma coisa, é que há tantos finais felizes que o homem que acredita que Deus não existe precisa questionar seriamente sua racionalidade."

  • Essas foram algumas das tantas partes que me tocaram nesse livro. It é muito mais que um livro com uma simples história, e sim uma grande obra que vem para nos fazer pensar, um livro que me fez aprender. It é um livro extremamente necessário. Espero que vocês gostem!

Postar um comentário

0 Comentários